segunda-feira, 26 de setembro de 2011

poema: Poesia a Contradição De Um Amor

Poesia a Contradição De Um Amor

 

De que me adianta amar esse amor

Tão ampliado e naufragado no ardor

Solidário ao peito em solidão.

De tanto o quanto amei, só me restou o só,

A controverter em fumaça de cigarro

A lembrança desse ser que trago amarrado

No centro da minha massa encefálica.

Quero deixar de amar, de venerar, de me guardar...

Quero sentir-me livre para beijar outra boca

Sem possuir o sentido da traição

Quero desufocar o coração

Parar de chorar o tempo que não vivi

Mas se acaso eu me jogo nesse pranto

Que ecoa no ar em que respiro

É para encher os pulmões nas contradições

Que acabam em minhas ações

Nos atos lúgubres que desejo tomar

E vem a paz da dor da saudade

Que me diz sem muita certeza:

Muitas vezes nós sentamos a mesa

E degustamos com todo prazer

Das delícias do prato ali servido

Só pela beleza que o mesmo tem

E não pelo valor nutricional oferecido.

E sem pensar que você pensa em mim

Mato no fundo da alma a esperança

De reverter o quadro que nos levou ao fim.


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