Poesia a Contradição De Um Amor
De que me adianta amar esse amor
Tão ampliado e naufragado no ardor
Solidário ao peito em solidão.
De tanto o quanto amei, só me restou o só,
A controverter em fumaça de cigarro
A lembrança desse ser que trago amarrado
No centro da minha massa encefálica.
Quero deixar de amar, de venerar, de me guardar...
Quero sentir-me livre para beijar outra boca
Sem possuir o sentido da traição
Quero desufocar o coração
Parar de chorar o tempo que não vivi
Mas se acaso eu me jogo nesse pranto
Que ecoa no ar em que respiro
É para encher os pulmões nas contradições
Que acabam em minhas ações
Nos atos lúgubres que desejo tomar
E vem a paz da dor da saudade
Que me diz sem muita certeza:
Muitas vezes nós sentamos a mesa
E degustamos com todo prazer
Das delícias do prato ali servido
Só pela beleza que o mesmo tem
E não pelo valor nutricional oferecido.
E sem pensar que você pensa em mim
Mato no fundo da alma a esperança
De reverter o quadro que nos levou ao fim.
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